Queimar Gordura Abdominal Com Bactérias. É possível?

Queimar Gordura Abdominal Com Bactérias? Como Assim?

Você sabia que nós temos mais bactérias no nosso corpo do que células?

Você sabe o que são Probióticos? e Prebióticos?

Não sabe? Pois neste artigo vou te explicar o que são eles e como eles agem na nossa flora intestinal.

Vou te falar principalmente como eles podem agir no nosso organismo a nosso favor, estimulando a proliferação de bactérias e fazendo com que elas queimem a gordura em excesso e o consequente emagrecimento.  Os leites fermentados, como os iogurtes (que sofrem a ação de bactérias, principalmente produtoras de ácido lático), produtos industrializados acrescidos de bactérias probióticas em pó ou cápsulas são exemplos de alguns alimentos que contêm probióticos, sendo estes considerados alimentos funcionais devido ao seu benefício à saúde.

Bom, para você entender melhor tudo isto, vou começar te explicando como funciona nossa flora intestinal, as suas funções, disfunções e doenças que podem ocasionar, no próximo tópico.

O quê é a flora intestinal humana e quais suas funções?

A flora intestinal humana, também chamada de microbiota intestinal, é uma imensa comunidade microbiana que fica “hospedada” no trato gastrointestinal humano. Composta predominantemente por bactérias, essa comunidade encontra no trato gastrointestinal as condições ambientais e nutritivas ideais para sua sobrevivência. As bactérias da flora intestinal, pertencem predominantemente aos filos taxonômicos Actinobacteria, Firmicutes, Proteobacteria e Bacteroidetes.

Calcula-se que o corpo humano hospeda em média 1014  microrganismos que se distribuem pela pele, tratos respiratórios e trato gastrointestinal. A quantia de microrganismos da nossa microbiota supera a de células que compõem o nosso corpo. Atualmente sabe-se que a flora intestinal desempenha funções essenciais para o ser humano, entre elas:

  •  bom funcionamento do metabolismo
  • manutenção da homeostase do corpo em geral
  • manutenção e o pleno desenvolvimento do sistema imunológico.

Disfunções na flora intestinal podem causar doenças?

Não existem parâmetros que possam definir uma flora intestinal “saudável”.

No entanto, pesquisas recentes tem demonstrado que, diversas doenças estão associadas a mudanças na composição bacteriana da nossa flora. A disbiose, é uma condição onde ocorre um desequilíbrio que favorece o aumento da população de bactérias patogênicas da flora intestinal. A administração de antibióticos, pode ser considerada a forma mais comum de gerar desequilíbrios na população bacteriana da flora intestinal. Situações onde ocorre a disbiose associada a fatores ambientais ou genéticos, podem favorecer o surgimento de diversas doenças [1]. As doenças são as mais variadas, a seguir listamos as mais relevantes e como podemos ver, entre elas temos a OBESIDADE.

Doenças associadas a disfunções na flora intestinal:

  • Obesidade
  • Asma
  • Doença celíaca
  • Diabetes do tipo 1 e tipo 2
  • Câncer coloretal
  • Pedras nos rins
  • Psoríase

 

A epidemia de obesidade

Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 3,4 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência das complicações causadas pela obesidade (relatório disponível em http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/).

A obesidade é resultado do acúmulo excessivo de tecido adiposo. Diversos fatores contribuem para o surgimento da obesidade e essa natureza multifatorial dificulta muito o desenvolvimento de tratamentos eficientes. Entre os principais fatores que contribuem para o aumento dos casos de obesidade, destacam-se as condições ambientais e hábitos comportamentais. A ingestão de alimentos processados e altamente calóricos associados a um estilo de vida sedentário são condições extremamente favoráveis ao acúmulo de tecido adiposo [1].

Estratégias terapêuticas tradicionais envolvem: a restrição calórica, prática de atividades físicas e uso de medicamentos que geram uma sensação de saciedade. No entanto, a maioria dessas terapias, tem eficácia limitada quando pensamos em quantidade de peso perdido e manutenção a longo prazo dos resultados alcançados [2].

Em função disso, diversos pesquisadores têm conduzido estudos que visam desvendar, outros mecanismos patofisiológicos envolvidos na obesidade e também na resistência à perda de peso. Nesse contexto, a flora intestinal surge como um fator em potencial, envolvido na obesidade.

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Contra a obesidade…PROBIÓTICOS e PREBIÓTICOS!!!

Estratégias terapêuticas que tem a flora intestinal como alvo, tem se mostrado promissoras em prevenir ou reverter a obesidade e suas consequências. Como falamos anteriormente, diversos grupos de pesquisa têm buscado novas maneiras de modular a flora intestinal.  

O uso de PROBIÓTICOS, capazes de interferir nas funções intestinais, é uma dessas estratégias.Presentes em iogurtes e outros alimentos, probióticos são definidos como microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas que conferem benefícios para a saúde do seu hospedeiro. Em estudo publicado no ano passado, um grupo de pesquisadores utilizou o probiótico E. coli Nissle 1917 e demonstrou que a introdução desse microrganismo na dieta, inibiu o ganho de peso de ratos obesos (geneticamente modificados e usados como modelo de obesidade). O tratamento aumentou a expressão de uma série de genes do fígado envolvidos na oxidação de ácidos graxos, além de diminuir a expressão de genes envolvidos em processos inflamatórios [3].

PREBIÓTICOS também são uma boa opção contra a obesidade, esses componentes alimentares estimulam a proliferação de bactérias desejáveis para a flora intestinal. Um estudo de 2012, demonstrou que o tratamento com esses componentes é capaz de diminuir a permeabilidade intestinal e aumentar a sensibilidade à insulina [2].

Pesquisadores sugerem que, a ação de probióticos e prebióticos em conjunto, também tragam benefícios para pessoas que sofrem de obesidade.  Utilizados em conjunto ou isoladamente, o mais importante de tudo isso é que essas estratégias renovam as esperanças na luta contra essa doença que acaba com a vida de milhões de pessoas mundo afora.  

Referências bibliográficas

1 – Harris K, Kassis A, Major G, Chou CJ (2012) Is the gut microbiota a new factor contributing to obesity and its metabolic disorders? J Obes 2012:879151

2 – Cani PD, Delzenne NM (2012) Involvement of the gut microbiota in the development of low grade inflammation associated with obesity: focus on this neglected partner. Acta Gastroenterol Belg 73:267–269

3 – Chen Z, Guo L, Zhang Y, Walzem RL, Pendergast JS, Printz RL, Morris LC, Matafonova E, Stien X, Kang L, Coulon D, McGuinness OP, Niswender KD, Davies SS (2014) Incorporation of therapeutically modified bacteria into gut microbiota inhibits obesity. J Clin Invest 124:3391–3406

Para você entender melhor, assista esta apresentação do Dr. Rocha sobre este assunto.

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